como se perdem as palavras?
por não escolher as certas e limpar a garganta
despejar a culpa na desculpa, e não encontrar mais uma referência...
se perdeu o olhar numa órbita diferente
cheia de rancor, cheia de certezas
e ficou muito lógico, a razão da dor
ficou muito úmido,tudo muito úmido...
fecharam-se portas e janelas
o céu padeceu de tristeza
e vieram as outras nuvens, tão cinzas quanto as primeiras
e cobriram tudo que valia a pena
veio a chuva pra molhar minhas bochechas, minha boca
até eu ressecar e definhar no pesado sofrimento
ficar com frio, pálido e humilhado
toda a chuva veio no peso do ar, embalada no amor
ainda presente, latente, e extremamente doente
que arrancou minhas vísceras, anputou minha coragem
trouxe agora uma raiva pertinente
por não me sentir pleno, em tempos áureos
assim fiquei sem minhas palavras,
todas inúteis, todas retardatárias
que se prestaram apenas pra tornar memorável o que me machuca
que me enlouquece e me transtorna
fiquei sem minhas pernas, no chão, sem querer levantar
me deixou cinza, rouco e vazio
oco
de casca frágil, que vai arrebentar,
quando vier a visão do que já não me pertence
ou quando for ver as ondas do mar...
estou completamente triste,
pequeno e sem forças pra cantar
sem gana pra dançar
sem minhas asas pra voar
fica sempre o meu amor
o maior amor de todos, que não se finda
nem na passagem de uma estrela cadente
tive a certeza de eternidade, na queda de uma estrela como essa...
e as palavras foram embora, todas elas perdidas
tristes e cinzas
.
Friday, November 21, 2008
como uma estrela cadente
escrito e guardado por Pedro G. dos Arduennas às 09:00
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2 comentários:
Oi Pedro, a um tempo atrás achei seu blog e gostei muito das histórias, suas postagens, então sempre que eu tenho tempo venho aqui pra ver se tem histórias novas. Só queria te pedir uma coisa, eu sei que as vezes a gente não tem tempo, mas queria que você escrevesse com mais frequencia. Valeu!
é triste a dor da perda
...
tem gente que chega pra ficar
tem gente que vai pra nunca mais.
e
assim
chegar e partir.
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