Eu me perdi
na profusão de pensamentos
quieta, morta pela falta de sentimentos concretos
Me vi em um mar cheio de águas rasas e frias
Cobriam meu corpo até o ápice da minha sonolência e carência
Eu perdi as minhas palavras
Aquelas mesmas palavras que me entorpecem e confortam como vinho minha mente
outrora latente, agora dormente.
Meus dedos frenéticos, despenteiam e cortam meus finos cabelos
quase que de hora em hora,
pelo tédio completo ou por ansiedade qualquer;
do que não chega
do que não me permanece...
Estou com uma constante preguiça de me fazer lógico, preciso e agradável
E afirmo que a simples idéia de me apresentar como um rebelde sem causa me provoca náuseas primitivas
E do que mais reclamo? De nada mais, obrigado.
Quero mais do palco, palmas, gritos e aplausos
De luzes no meu rosto, pés e braços
Eu peço por música, clamo pela dança, beijos e abraços
Lamento finalmente não deter o talento necessário
para me fazer um solista, competente e eterno
Porque de predicados, me resta o de ser ambicioso
Das minhas perdas saudáveis, fiquei apenas com a ausência da ganância.