Friday, September 28, 2007

e finalmente





Queria eu estar num samba roendo meus pés até ficarem vermelhos. Dançar juntinho de Quem tem saia rodada e suor dengoso.

Gosto pelo perfume floral das nêgas que chupam manga madura.
Lábio cheio de carne, mais dengo, pra cantar o raiar de domingo.

Eu queria, precisava suar até exaustão
Sambar em chão batido, cair
Conspirar por conspirar, as juras de amor que eu declarei
Cantei só as vermelhas

Cantei,pra ter forças e dançar.







Tuesday, September 25, 2007

consumando

a imagem refletida em tons de vermelho, vidraça retalhada

[mostra lágrima, suor e cortejo]

o gosto pelo salgado, tato insensível e imperecível
[sem conter prudência ou depressão]

olhar enquadrado por lentes, exatamente prático, quase sádico
[áspero como licha, com as palavras involuntárias]

de escutar, dar carinho, ser sincero por favor
[que é o certo, como deve ser e será]

e ser exato, como cálculos estequimétricos, que não lhe digo e nem me importa o resultado
[vivendo do paradoxo, sem ter o que constar]



Wednesday, September 19, 2007

toque de veludo

Um dia eu sonhei em conhecer as sereias das águas claras, dos rios verdejantes e pedras de lodo, conversar com todas elas e cantar através dos espelhos de águas mornas do começo da manhã. Eu já esperei por todas as luas e noites, esperei pelas fadas azuis com meu desejo de voar, por nuvens e chuvas ardilosas.

Cantei pelos ventos altos, por estrelas contínuas no céu rosado,cheio de outros cantos de pássaros tristonhos...

Eu sempre quis ver as bruxas, seus pés verdes com calos velhos. Os castelos de pedra talhada e muros de erva daninha.De todos os céus, queria voar pelo Leste, abrir caminho pelo sol até derramar no mar todo o peso do meu corpo, que gosto de lembrar, não é celeste

Desejei tudo por desejar, e tudo por estar tão longe de alcançar, por muito tempo...
em tantas horas

Não me agrada mais nada disso; eu ganhei um sorriso melhor que canto de sereia
sorriso melhor que chuva e ceú estrelado
abraço com toque de veludo, pêlo de gato
melhor que sol e vento matutino
melhor pra mim, em todo meu agrado


Monday, September 10, 2007

carência confortada (ansiedade)

Me deparei com um melodia antiga, que canta...
Encanta o momento perfeito, o conhecimento, ansiedade
Atada até que a vontade reclame libertadade
Idade pouca, vontade em demasia
Alegria, alegria, que em tempos se espreita
E deita, finalmente, pra descansar os olhos pesados
Parados, os dois ficam olhando os gatos...



uma melodia antiga, essa ansiedade
com cheiro de pêra madura, cheiro de fruta
crua e nervosa
perto de tudo que sempre quis
e fiz por merecer
de toda pêra, alegria, vontade e dos gatos
ditados, em prazer
pra ser assim até onde der, quando poder
até padecer


Wednesday, September 05, 2007

Desnescessário

Passa dia entra dia
e mais ou menos dia eu descubro a condição do amor e sorte.

Facilitaria minha preguiça enssebada e bêbada que molda os prazeres, minhas vontades e verdades, que de todo mal não me causa: consequência boba ficar um tanto mais redondo e com a face mais inchada.

E não é mais um relato de solidão infundável.
é marca de rotina , um canto, acalanto pra alma sossegar,
é o retrado não crítico e moldado, pensado.

Falar é fácil, escrever é sensato
pra quem espera um alguém que nem face tem formato exato