tem dias em que a nossa cabeça só escuta uma música
que a tristeza do rio se levanta das águas
vem depressa com o vento
atravessa a cidade, corre pelas ruas
se aloja nos frágeis corações urbanos
e vem bater na minha janela, até entrar de vez...
eu desconfio, com muita certeza
que são nessas dias que os desesperados acordam mais cedo
ou talvez nem durmam
são nessas manhãs que a doença se instala
penetra pela a pele e sufoca
demora a sarar, e de noite dá risadas
ao lado dos padecidos de solidão
são nesses dias
que meu corpo infermo descansa
minha janela assobia como fantasma
minha cama descobre meus ferimentos
meus olhos se igualam aos rios;
longos, perenes e cheios de tristeza
Tuesday, October 07, 2008
um sopro
escrito e guardado por Pedro G. dos Arduennas às 08:03
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