Saturday, September 27, 2008

descompassado

tudo passa;
se remédio a gente toma, se licor a gente bebe,
se vergonha a gente ganha
se a manha a gente deixa.

no compasso de cada passo
no gesto de cada abraço (forçado)
no rosto tão vermelho, suado
em tudo que me remete ao sentimento
eu entendo como o motivo do pensamento:

se tudo passa e passará
no estalo de um choro bem chorado
num susto de soluços agoniados
no surto atrasado de consciência

explique então a minha sanidade doentia
padecida de rebeldia, loucura
a minha ciência positivista
que me joga de volta pro chão
relativisa e divide a minha solidão
com a ventania, os dias de sol e a melodia



1 comentários:

Carol Freitas said...

tu escreve pra caralho!!!