pálida a dor que serpenteia os pés descalços
sobe pelos calcanhares, se acomoda nas vísceras
do corpo frágil, recalcado
acanhado, franzino
ábil apenas para ser delicado
emocional
o vento é o mesmo que vem dos lados de lá
da praia, da brisa constante, inerente ao meu prazer
e que tanto conhece o meu sofrer
o mal estar, o meu amar
amar e amar
esperar por tão pouco, e esperar mais um pouco
ver o mar, ir a praia;
tudo que poderia me consolar
e de uma vez, no instante de uma estrela cadente
me lavar a alma, as lágrimas
me levar pro horizonte
contínuo, sem fim
me benzer nas águas mornas
e quando o corpo estiver são por inteiro, voltar
não mais viver com as sereias, com as estrelas do mar
apenas as ouvir cantar, as ver dançar
e ter a certeza, que só sentiria o prazer de ser consolado
quando estivesse etupidamente ferido
minha alma canta, dança
e ao mesmo tempo
esperneia, e sangra.
Friday, September 12, 2008
cordeiro de nanã
escrito e guardado por Pedro G. dos Arduennas às 19:21
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2 comentários:
Quero ver o mar.
que poetico...
que triste...
que lindo...
assim como o mar.
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