Thursday, August 20, 2009

as mesmas horas


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tem dias que pesam mais do que o normal:
a mesma rotina cansada de todos os outros dias, com todos os momentos que se espera de um dia extremamente ordinário. Tudo que nos leva aos pensamentos diários, as mesmas pessoas e conversas que se repetem e se cruzam, e nas mesmas ruas que nos levam sempre para os mesmos lugares.
E mesmo com essa previsível lógica de como eu vivi as últimas 24 horas, ainda assim, essas últimas, foram um pouco mais cansativas:

um peso morto nas costas, cansadas e doloridas
um dia cheio de sensações e experimentações
que de extraordinárias nada tinham, mas foram vividas de forma intensa
uma culpa por machucar o coração,
uma culpa que pesa mais que qualquer outro sentimento
uma dor, latente, que incomoda até os olhos abertos
uma ausência de conforto, cansaço por todo o corpo
que de tanto reclamar, não respondeu mais

um dia como outro qualquer, e como qualquer outro
simples e incompleto,
mas que me levou a beira da loucura, por carregar tanta coisa
e fazer as mesmas coisas, com mais sentimentos que eu consiga suportar;
de uma saudade que deitou no peito
um sofrimento que tardou a parar
um arrependimento, de quem feriu o que mais ama
de várias lesões que permanecem na alma, e ferem
e sangram, até que se tornam físicas

e todo o meu cansaço, desse mesmo dia apático
se transformou em dança, em grito e em redenção
com um desejo quase que infantil:
de que as horas seguintes de sono não fossem tão mórbidas
e pelas mesmas horas, só esperar que passem
e pela força divina, não ter pesadelos naquela noite


1 comentários:

Wânyffer said...

é.
Precisamos de reviravoltas, caro amigo...