tag:blogger.com,1999:blog-365188312024-03-19T05:24:24.970-07:00O Palhaço dos Arduennase suas outras histórias da Terra de OZPedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.comBlogger80125tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-66829717949035673492009-11-19T18:43:00.000-08:002009-11-19T18:52:52.199-08:00por dentro...<br />
<br />
existe aquele momento na vida de todo mundo,<br />
quando tudo parece errado<br />
e a raiva domina a razão, uma dor no peito machuca;<br />
é quando você não aguenta mais<br />
quando lhe faltam forças até para chorar,<br />
quando você olha em volta, e tudo é desordem<br />
até sua cama parece estar te incomodando<br />
fora do lugar<br />
um transtorno infinito, imensurável<br />
que não vai embora, apenas dorme<br />
<br />
são nesses momentos, na falta de sossego<br />
que a tristeza me toma a sonolência<br />
invade pela noite, trasforma sua intensidade<br />
e me governa, até o outro dia<br />
<br />
quando me sinto assim<br />
eu busco ao telefone, o nome de quem pode me ajudar<br />
me oferecer uma palavra, um ombro<br />
busco as coisas certas, que me dizem verdades absolutas<br />
de coisas imutáveis, de prazeres incondicionais<br />
não pelo conforto, mas para sanar minha loucura<br />
é quando eu busco pelo meu pai<br />
e se ele não estiver em casa, eu durmo com a luz acesa<br />
<br />
são nesses momentos<br />
que tudo se torna sofrimento<br />
é que eu tenho vontade de amar menos<br />
e ainda que valha a pena toda a angústia de momento,<br />
ainda que não seja tão trágico<br />
eu choro por amar demais<br />
<br />Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-9386672312490112032009-09-22T19:40:00.000-07:002009-09-22T20:29:18.968-07:00muito tarde pra te telefonar...<br><br>
eu nunca pensei que fosse me sentir assim: <br>
como se o céu estivesse mais perto de mim<br>
e que por causa disso, eu não consequisse mais parar de sorrir.<br>
como se todas as pessoas do mundo, mesmo as que motivam<br>
estivessem dormindo, e só uma delas estivesse acordada.<br>
como se as estrelas sempre fossem um presente bem possível<br>
e junto com as elas, as horas de amor se tornassem eternas...<br>
<br>
eu nunca pensei que fosse voar sem criar asas,<br>
que fosse experimentar a melhor sensação do mundo<br>
e junto dela, os maiores prazeres;dos carnais aos lúdicos<br>
os melhores sabores, perfumes e sussurros<br>
as melhores frescuras, os melhores carinhos<br>
a maior de todas as loucuras:a de dar a mão a outro de olhos fechados<br>
e sentindo no peito<br>
o maior de todos os amores....<br>
<br>
nunca pensei que ficaria bobo sem motivo<br>
e que encontraria no seu sorriso, toda a minha tranquilidade.<br>
eu, com toda minha honestidade<br>
nunca sonhei que sonharia acordado<br>
nem nunca imaginei como seria estar completo:<br>
um ser inteiro, sem medo de acordar e pisar em falso<br>
ou em nuvens que me suportem<br>
ou nem pisar, levitar<br>
de tanta alegria.<br>
e de tanta felicidade, e tantas flores ao meu redor<br>
talvez nem conseguir acordar...<br>
<br>
e em toda minha vida<br>
que não é das mais idosas<br>
eu nunca experimentei algo tão doce, tão leve<br>
com todos os predicados mais melosos que um poeta possa descrever seu coração.<br>
algo que vai além da minha razão, do meu entender<br>
que de tão perfeito e cuidadoso<br>
só me faz chorar se for por saudade...<br>
<br>
eu digo para todos que me escutam<br>
que minha sorte não se mensura, nem se contesta<br>
ao passo de que provei do que nunca imaginei que fosse real<br>
e vivo algo que nem eu sei muito bem o que é<br>
mas me faz pleno, me eleva, corre além da felicidade<br>
<br>
e isso é o que eu digo a todos os outros:<br>
essa mesma verdade que me contempla<br>
a mesma que me dá boa noite, todas as noites<br>
que me faz levantar, me sustenta.<br>
<br>
e pra você, não preciso dizer nada além da minha vontade,<br>
de declarar minha única verdade:<br>
que eu te amo<br>
e que sou completamente apaixonado por tudo em você .<br>
<br>
<br>
<br>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-14307414931992624522009-09-08T17:53:00.000-07:002009-09-08T18:50:25.602-07:00matéria - prima<br>
<br>hoje eu descobri que sou feito de palavras<br>
das mais diversas possíveis, das diferentes formas e fonemas<br>
Das minhas palavras, aquelas que me expressam na fidelidade<br>
as palavras formadas de sentimentos, as declarações e orações ao amor<br>
as minhas palavras de dor, sempre repetidas, cheias de rancor.<br>
me formo em verbos e expressões que me cercam e me prendem<br>
me limitam, me sustentam, me erguem e me afogam.<br>
transbordam, sempre que eu durmo ou choro.<br>
e pra todos os efeitos, também me formo daquelas que ignoro<br>
que desconheço<br>
ao mesmo tempo que as digo, proclamo<br>
<br>
sou feito dos minutos<br>
de todo o tempo que tenho<br>
das contagens que me regem, sopram o ouvido com o vento<br>
me acordam nesse sopro, me dessesperam com o atraso<br>
de todo um tormento que tende não chegar ao fim.<br>
os mesmos minutos, que parecem tão contados<br>
viram numa expectativa, nas horas também contadas<br>
contabilizadas, num andar inexpressivo, coerente<br>
como a frieza do relógio, como as horas displicentes<br>
complacentes, com a minha mecânica.<br>
<br>
sou feito da dança que me alimenta<br>
dos passos largos e frouxos, aqueles que me elevam<br>
me fazem girar no meu mundo egoísta, que não faz mau a seu ninguém.<br>
um voo além, das nuvens e dos sonhos presentes<br>
dançando com os braços, saltando pelos limites e vergonhas<br>
uma ânsia maior, por dançar melhor<br>
sem tirar os pés do chão<br>
e chegar ao coração, numa pirueta interminável<br>
<br><br>
e de todas as minhas coisas<br>
que me faço e me desenho<br>
me parece muito agradável perceber<br>
que de nada serviriam minhas palvras se não fossem pra cantar ao amor<br>
que meu relógio só funciona se eu continuar olhando para ele<br>
e que o segredo da minha sapatilha, é meu poder de voar...<br>
<br>
e que se for além do que eu chamo de amar, sei que estaria perdido.<br>
e no fundo, com toda essa vontade, melhor eu me perder<br>
do que me encontrar.<br>
<br>
<br>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-80308923041118314402009-08-20T18:50:00.000-07:002009-08-20T19:39:54.531-07:00as mesmas horas<br>.
<br><br>
tem dias que pesam mais do que o normal:<br>
a mesma rotina cansada de todos os outros dias, com todos os momentos que se espera de um dia extremamente ordinário. Tudo que nos leva aos pensamentos diários, as mesmas pessoas e conversas que se repetem e se cruzam, e nas mesmas ruas que nos levam sempre para os mesmos lugares.<br>
E mesmo com essa previsível lógica de como eu vivi as últimas 24 horas, ainda assim, essas últimas, foram um pouco mais cansativas:<br>
<br>
um peso morto nas costas, cansadas e doloridas<br>
um dia cheio de sensações e experimentações<br>
que de extraordinárias nada tinham, mas foram vividas de forma intensa<br>
uma culpa por machucar o coração,<br>
uma culpa que pesa mais que qualquer outro sentimento<br>
uma dor, latente, que incomoda até os olhos abertos<br>
uma ausência de conforto, cansaço por todo o corpo<br>
que de tanto reclamar, não respondeu mais<br>
<br>
um dia como outro qualquer, e como qualquer outro<br>
simples e incompleto,<br>
mas que me levou a beira da loucura, por carregar tanta coisa<br>
e fazer as mesmas coisas, com mais sentimentos que eu consiga suportar;<br>
de uma saudade que deitou no peito<br>
um sofrimento que tardou a parar<br>
um arrependimento, de quem feriu o que mais ama<br>
de várias lesões que permanecem na alma, e ferem<br>
e sangram, até que se tornam físicas<br>
<br>
e todo o meu cansaço, desse mesmo dia apático<br>
se transformou em dança, em grito e em redenção<br>
com um desejo quase que infantil:<br>
de que as horas seguintes de sono não fossem tão mórbidas<br>
e pelas mesmas horas, só esperar que passem<br>
e pela força divina, não ter pesadelos naquela noite<br>
<br>
<br>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-52523378704327900042009-08-08T22:21:00.000-07:002009-08-08T22:49:51.509-07:00desde sempre, até o fimé quando eu me encontro tomado por qualquer emoção<br>
que tudo que é meu,das pernas aos braços, alma e coração<br>
me deixam cantar e subir mais alto<br>
alçar voos por dentre meus sonhos e pensamentos<br>
e é com todos os intentos, carentes de lógica e razão<br>
que me contento com o peso no peito<br>
que bate todo na mesma histeria e condição<br>
<br>
é nesse momento,<br>
quando eu não lamento por ser sincero ao que sinto<br>
e repito sem medo, batendo no mesmo peito<br>
o que não nego, não omito, não minto:<br>
que não queria o amanhã sem você<br>
que não desejo ser sozinho, que nada além de te amar eu me permito<br>
que por tudo um futuro, sem pressa e sem destino<br>
eu me dedico a esse amor por inteiro<br>
<br>
é nessa hora,<br>
a mesma que não passa do agora<br>
que eu declaro tudo o tenho, guardo e mantenho<br>
trago pra fora meus beijos e digo que meu amor é imenso<br>
livre pra crescer<br>
pra fazer do meu carinho seu desejo preferido<br>
acordar desse sonho somente se for do seu lado<br>
e estar,pra todo o meu sempre, perto de quem roubou meu coração<br>
<br>
cegar pros defeitos,<br>
olhar pro culpado, e de todos, o eleito<br>
pra gritar que eu amo ser apaixonado por você,<br>
e que na pior das hipóteses, sou o homem mais feliz do mundo.<br>
<br>
<br>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-70604522256820167492009-06-27T17:46:00.000-07:002009-06-27T18:17:38.449-07:00apatia<span style="color:#666666;"><br>
<br>
...<br>
<br>
<br>Quem me disse que tudo que é triste passa, com toda certeza,não o fez da boca pra fora.<br>
Esse alguém não sentiu minha tristeza,<br>
apenas entendeu meus soluços, o ferimento encarnado na alma<br>
que não mais chora, nem lamenta<br>
apenas respira, sobrevive, se alimenta dos carinhos alheios<br>
não aspira, não inveja, não tem anseios<br>
um espírito apático, que assim se encontra<br>
devido a sobrecarga de pensamentos<br>
<br>
Um recorte das imagens que viraram retratos<br>
passagens e paisagens e memórias<br>
tudo num estado constante de entrelaços<br>
que se moldam e se misturam, se completam e se acabam<br>
e derrubam meu pensamento lógico<br>
quando eu mesmo apático, penso demais.<br>
<br>
e já não mais o faço:<br>
vou andando sem rumo e sinto apenas o que é me dado<br>
de boa fé e sem esperar pelo futuro<br>
não me vejo mais vivendo pelo reflexo do passado<br>
desaprendi a construir, pra sentir tudo de novo<br>
espaço por espaço, sonho por sonho<br>
vitórias e fracassos<br>
tudo, e em todos, aquilo que me faça feliz...<br>
<br>
aquele mesmo alguém que não que me ver triste<br>
sabe que não me vale a tristeza eterna e sem causa<br>
e quando diz que tristeza que fere não machuca pra sempre<br>
reconhece também que não existe só uma tristeza no mundo<br>
<br>
e que quanto mais eu respiro<br>
mais eu vivo<br>
sempre, e pro resto da vida, por gostar de amar<br>
<br>
<br></span>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-44741927734594838062009-05-28T22:21:00.000-07:002009-05-28T22:57:15.713-07:00tempo e espaço<span style="color:#339999;"><br><br>eu vi o que veio com a chuva:<br></span>
<span style="color:#339999;">uma solitude intelectual completamente insignificante<br> que não serve nem para sustentar o peso do meu corpo<br></span>
<span style="color:#339999;">uma efemeridade de raciocínios distintos, todos, orbitando sobre as mesmas questões futuras do coração<br></span>
<span style="color:#339999;">uma dor tão profunda, tão aguda, que faz meu respirar mais difícil,<br> </span>
<span style="color:#339999;">me faz ofegante, soluçante<br></span>
<span style="color:#339999;">Me faz acordar mais cedo, todos os dias, com tanta tristeza guardada que não se contenta com os sonhos, precisa do consciente operante pra se fazer válida...<br></span>
<span style="color:#339999;"><br></span>
<span style="color:#339999;">eu acredito que foi a chuva;<br></span>
<span style="color:#339999;">molhou as casas vizinhas e os quintais descuidados aqui do lado,<br></span>
<span style="color:#339999;">bateu na janela no meu quarto e molhou todo o chão<br></span>
<span style="color:#339999;">deixei que molhasse meu rosto, meus braços, minhas mãos...<br></span>
<span style="color:#339999;">eu sei que foi com a chuva que vieram essas mazelas, as que me deixaram infermo e que até agora, me fazem cantar mais baixo...<br></span>
<span style="color:#339999;"><br>
<br></span>
<span style="color:#339999;">que molhasse meu corpo inteiro<br></span>
<span style="color:#339999;">mas que lavasse a minha alma<br></span>
<span style="color:#339999;">me trouxesse um sossego<br></span>
<span style="color:#339999;">um descanso, pra quem de tanto pranto<br></span>
<span style="color:#339999;">cansou de esperar pelo sol<br></span>
<span style="color:#339999;"><br><br></span>
<span style="color:#339999;">foi com a chuva:<br></span>
<span style="color:#339999;">que eu me deparei com um reflexo mais enrrugado, deturpado<br></span>
<span style="color:#339999;">procurei menos os espelhos, destranquei mais a minha porta, deixei correr o vento, as vozes, os olhares, as mãos e os conselhos<br></span>
<span style="color:#339999;">deixei que entrassem os amigos, que as palavras fluissem,<br> </span>
<span style="color:#339999;">que meus gritos ecoassem<br></span>
<span style="color:#339999;">deixei correr meus pesares, os choros que, como a chuva, conta em gotas salgadas o meu sofrer<br></span>
<span style="color:#339999;"><br></span>
<span style="color:#339999;">que arde, que queima, que me enlouquece<br></span>
<span style="color:#339999;">e na pior das hipóteses, me transforma<br></span>
<span style="color:#339999;"><br></span>
<span style="color:#339999;">no fundo o que eu mais queria<br></span>
<span style="color:#339999;">era que parasse de chover<br>
<br>
<br></span>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-70015556463295349092009-05-18T19:58:00.000-07:002009-05-19T11:08:46.915-07:00eu preciso te fazer feliz...a tristeza veio em direção do meu peito,<br>
corroeu toda a pele,me deixou sangrando dentro de um vazio sem fim.<br>
o mesmo fim que as coisas boas e prometidas juraram que não ia existir<br>
o mesmo fim que não existia para os momentos ternos de alegria<br>
a mesma alegria que nunca econtraria montanhas suficientemente altas para que a barrasse<br>
as mesma montanhas que não existiriam, por causa do amor que teima em existir<br>
no mesmo peito, na mesma dor, na mesma eternidade<br>
da minha própria existência<br>
<br>
<br>
e me sobram as pernas cansadas, o rosto frio e doente<br>
a tosse, o descontento, o sofrimento e todos os tormentos<br>
todos os choros, e os pesadelos que vão me acompanhar pra vida toda.<br>
<br>
eu conto dessas lágrimas que marcam as feridas<br>
agora abertas, cheias de tangrenas e coisas mal acabadas<br>
digo das lágrimas que me trouxeram para um estado fúnebre<br>
um luto indispensável para recuperar a minha sombra<br>
que foi embora, e me deixou crescer sem que pissase no chão<br>
<br>
<br>
eu agradeço, e de todo coração<br>
a quem não me deixa esquecer, que todo cantar é válido<br>
mesmo que de tristeza, sempre na música eu encontro a beleza<br>
para lembrar do que vale a pena sorrir<br>
do que vale a pena vivenciar<br>
e na pior das hipóteses<br>
saber que para sempre eu posso dançar<br>
<br>
<br>
e apesar de tanto pesar<br>
eu penso que no final, quando o dia amanhacer<br>
eu vou ver que as horas são apenas os minutos<br>
e que quando eu me lembrar das horas que me emocionaram<br>
eu vou querer saber, e que me conte baixinho<br>
num tom de carinho<br>
como vai você...<br>
<br>
<br>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-15150397750555560172009-05-08T20:12:00.000-07:002009-05-08T20:30:39.523-07:00sem sentido, sem sentir<span style="color:#666666;"><br><br>eu me perdi nisso tudo. <br>
depois de voltar pro mesmo lugar várias e várias vezes, eu me perdi naquilo que era seguro, completamente atordoado,míope, desnorteado.<br>
<br>
Deixei de perceber aquelas outras coisas da vida, que nos cercam e nos rodeiam, e que todo mundo fala que também são importantes<br>
Mas eu não liguei pra nenhuma delas, na verdade, continuo não ligando...<br>
<br>
Meus pesamentos que de tando serem orgulhosos por serem lívidos de confusão se misturaram, todos, numa profusão que não tem fim. angustiante, eu diria...<br>
<br>
e essa chuva que não acaba<br>
traz de volta os mesmos pesamentos desorientados<br>
e que parecem nos levar irremediavelmente para uma solidão absoluta<br>
um vazio de emoções ou sensações<br>
nada<br>
que nos fazem setir falta, ironicamente, de calor<br>
Mas deixa pra lá, só não quero parecer louco<br>
ou daquelas pessoas que pensam demais, e acabam vendo seus fantasmas que nem sequer existem<br>
<br>
eu fico triste apenas por uma única razão:<br>
nem minhas palavras fazem sentido umas com as outras<br>
e eu estou completamente perdido dentro de todas elas
<br>
</span>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-36251860873354242312009-04-15T10:07:00.000-07:002009-04-17T09:17:56.777-07:00eu amo com todos os motivos<div align="center"><span style="color:#666666;"><br>contrariando todas as formas de preservação da auto-suficiência em relação a sentimentos e essas coisas, constatei a feliz (sim, muito feliz) conclusão de que não poderia estar mais dependente do meu coração.<br>
E assim parti para os questinamentos que viriam a seguir, todos eles, com uma resposta não tão complexa, um tanto óbvia para quem sofre a boaventura de possuir um coração apaixonado:<br>
<br>
O que fazer com essa dependência, tão ingênua e sem maldade, que me consome e me possui, me leva até os limetes da irracionalidade, me deixando cada vez mais extasiado?<br>
<br>
O que fazer com meu coração, que tanto bater, já bate conformado, que de hoje em diante e pra sempre, estará sempre batendo em nome do mesmo nome?<br>
<br>
Como declarar minha saudade, que cresce em fração de segundos e tornam os dias intermináveis, sem sequer me dar sossego pra repousar?<br>
<br>
E como dormir se eu já vivo uma intensa realidade, de sonhos concretos e um amor pra vida inteira, que não se fere nem se machuca, e que perdura em meses cheios de vontade?<br>
<br>
Se eu não respiro outra coisa, que eu respire pelo menos um pouco mais de oxigênio, já que minha vontade de viver para amar, me faz respirar nada mais do que seu perfume...<br>
E é inegável o fato, de que além de te me prometer as estrelas e o mar, você me deixa, felizmente, sem ar.<br>
<br>
E de todas as conclusões possíveis e que sejam mais claras de se entender, eu fico com aquela que mais me completa:<br>
eu quero te ter pra sempre, eu quero estar com você durante toda a minha vida, por saber que nada nesse mundo me faz mais feliz do que a sua companhia...<br>
<br>
Meus motivos são vários, minhas alegrias também<br>
e todos os nossos sonhos que sonhamos acordados são nossos, e que eu sou seu e de mais ninguém...<br>
mas o meu amor é um só, tem nome e sobrenome<br>
só não tem (nem nunca vai ter) hora e data pra acabar<br>
<br><br>
ao amor da minha, daqui até a eternidade<br>
vou ser aquele lá que é apaixonado por você<br>
<br>
<br></span></div>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-62929933969645606302009-03-26T19:41:00.000-07:002009-05-19T11:20:40.313-07:00desconfio e desconheço<span style="font-family:times new roman;color:#666666;"><br>
<br>
eu não sei que horas eu acordei.<br><br>
<br>
não vi sinal de luz qualquer. Passei de um sonho nebuloso a outro cheio de imagens tortas e recortadas. Foi quando notei meu corpo ainda febril, suando os lençois que eu também não fazia idéia em que parte da cama estavam. Eu sabia que estava na minha cama, pelo simples motivo de que naquela noite, dei falta de um dos meus travisseiros, talvez estivesse no chão, não sei. Desconheço até que ponto eu voltei a dormir, e se de fato, tinha acordado com febre. Não, eu não estava dormindo coisa alguma, eu estava num circo! Uma lona cheia de estrelas coloridas, muito alta, cobria todo o céu daquela manhã. Não podia ser um dia melhor; eu sentado com todos meus amigos, todos eles, cantando e dançando, esperando o grande espetáculo começar. Fogos de artíficio foram disparados de dentro da lona. Uma fumaça brilhante encheu todo o circo com várias cores que centilhavam pelo picadeiro. Os espectádores estavam extasiados, como se em transe, gritassem de alegria e contemplação. Todos aqueles animais fantásticos que podiam falar, os malabaristas que brincavam com fogo, todos aqueles mágicos de bigodes compridos e palhaços com narizes engraçados, que insistiam em me fazer medo...<br>
Meu nariz começou a coçar, estava suando de novo, revirando na cama que agora não tinha mais lençol algum. Minha garganta estava ardendo, arranhando, como se tivesse gritado durante horas. Minhas mãos estavam dormentes e eu não fazia idéia do porque. Eu estava completamente desconfortável.<br>
Senti uma sensação agradável, tão libertadora que quis abrir os braços. Foi por pouco que não caí do cavalo voador que me levava pro alto, e cada vez mais alto, rumo a um destino que eu também não imaginava qual fosse. Deveria ser um lugar bom, com toda certeza, deveria. Quais as chances de ser um destino ruim? De toda forma, a viagem já estava valendo a pena: eu conseguia sentir o sabor das nuvens pelas quais o cavalo galopava. Sentia a liberdade encher meu peito a cada batida de asa do meu cavalo. Eu devia conhecé-lo a muito tempo, tinha quase certeza que sim. E no meio de uma viagem que pareceu levar dias, no infinito das nuvens, eu pude ver até onde chegava o horizonte.Não tinha medo, queria voar pra mais longe, levar só o meu amor comigo. O sol estava tão quente, tão perto...<br>
Estava ardendo em febre, me contorcendo no colchão. Eu tremia como se meu corpo não respondesse por si. Foi quando escutei a voz da minha irmã no quarto ao lado: estava em casa, provavelmente sonhando, mas não sabia, queria apenas saber quanto tempo faltava para amanhecer. E tossindo com muita força, eu senti como se meu coração fosse sair do peito.<br>
Na verdade, eu estava segurando meu coração nas mãos, literalmente. Sentado na areia de uma praia qualquer,eu vi o que me pareceu um héroi de desenho animado,de cabelos bagunçados, vestindo cores fortes, sentar ao meu lado e ficar o que me pareceram horas conversando, declarando sua fidelidade e companherismo. Meu coração,que tinha ido ao mar, não voltou para minhas mãos, mas ficou dentro do mar durante um bom tempo. Eu fiquei muito aflito, até escutar o héroi me contar em segredo:que meu coração já estava nas mãos dele, e que para sempre, ou até que o mar secasse, meu coração estaria no lugar certo. Me confortei e entendi, muito tranquilamente, que estaria protegido, desde já, de todo mal que viesse me ferir. Daí senti a areia nos pés, me coçando e irritando minhas pernas. O sol estava brilhando forte demais,eu não conseguia abrir os olhos.<br>
Meus olhos costuvam a abrir, a preguiça e a dor de cabeça imperavam sobre meu corpo. A cama já estava devidamente bagunçada, eu começava a reclamar das dores musculares, balbuciava qualquer gemido, qualquer reclamação...<br>
Eu vi os bonecos que amontuavam meu quarto sairem voando todos de uma vez, e me revirando outra vez, senti todo o meu amor se esvaindo de mim. Senti a dor, a mais cruel que possa existir, passar pela minha cabeça e sair gargalhando, sentando no meu lado na cama. Passei a ver mais cores, cada vez mais rápido, palhaços entraram cantando no meu quarto, eu gritava um nome só repetidamente e nada acontecia, um turbilhão de fumaça saía pelos ouvidos, muito barulho, muita gente, muita neura e num susto, eu caí da cama.<br>
Eu não sei que horas eram, ou quanto tempo fazia que tinha ido dormir. Não me dei ao trabalho; apenas recolhi os lençois do chão e tentei igonrar minha febre, que na melhor das hipóteses, não me fazia mais tanto mal.<br><br>
Eu não sei de fato, o quanto de delírio eu posso sentir, o quanto de alucinações que posso carrregar, o tanto de sonhos que eu posso sentir, ou o tanto de sentimentos que eu posso sonhar. Eu só gostaria de saber, que horas eu vou acordar amanhã de manhã.<br>
<br>
<br>
</span>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-46865936458408471152009-02-18T12:06:00.000-08:002009-02-18T12:50:26.684-08:00Suspiro<div align="justify"><font color="#339999"><br>
<br>
Portanto, em certezas mil e carícias verdejantes<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">Abro um pesamento quente de linhas tênues e mirabolantes<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">que fogem ao canto de uma nova alegria a cada instante<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">e num desprendido grito, que de tão longo se torna pranto</font><br></div>
<div align="justify"><font color="#339999">Vejo minha mente que derrete em contento<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">Num calor prestante, de amar demasiado tanto.<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999"><br>
<br></font> </div>
<div align="justify"><font color="#339999">Ah, que me ouçam as almas inquietas desse mundo<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">Ao passo que beijem as coisas todas que amam<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">louvado o que descobriu que qualquer vagabundo<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">pode cantar os prazeres dos que por amor morrem<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">Num horizonte sem fim de coisas belas, de promessas que profanam<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">Decorrem sobre um amor romântico, profundo<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">e que na pior das hipóteses; para sempre com ele sofrem<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999"><br>
<br></font> </div>
<div align="justify"><font color="#339999">E se, por enquanto, vierem mazelas de inveja incendiada<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">Desde já recorro ao divino espiríto santo<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">Rezo em proteção aos jovens de coração<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">Que só pedem por uma vida bem aventurada</font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">Distancia do que difere em unidade<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">Com a óbvia proximidade, de tudo que remete a união<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999"><br>
<br></font> </div>
<div align="justify"><font color="#339999">Abençoado tudo o que por amor for chamado<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">Por quem contraria o poeta e diz que é eterno<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">E no calor de chama que brota no mesmo pensamento<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999">revalido o amor declarado, terno, longe do sofrimento.<br></font></div>
<div align="justify"><font color="#339999"></font> </div>
<div align="justify"><font color="#339999"><br></font> </div>
<div><em><font color="#339999"><br>"E tudo, ao meu amor serei atento..."<br>
<br>
...</font><br>
<br>
<br></em></div>
<div><font color="#339999"></font> </div>
<div> </div>
<div> </div>
<div> </div>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-42848480961478438842009-02-10T09:28:00.000-08:002009-02-10T10:09:06.176-08:00e de repente, eu me vi completo<div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;"><br><br>
<br>
E de repente, estava eu cantando em passos largos
</div></span><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">cantando as paisagens da tarde de janeiro<br>
</span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">sonhando com fevereiro próximo que prometia
<br>
</span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">mais risos, mais emoções, uma série de outras constelações<br>
<br>
<br>
</span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">E de repente, eu estava girando com os braços abertos<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">em gestos espaçados, dançando em notas longas</span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">demoradas, sem medo de cair pra trás<br>
rolando com os gatos no chão<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">absurto em euforia, um sorriso bem gostoso que veio de graça<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">mais uma manhã de um mês que sorriu pro coração<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">sorrisos e mais sorrisos, em expressão de conjunta redenção<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">aos poucos passando pelas noites, pelas madrugadas<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">por todo o clima nostálgico e úmido de chuva<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">Flores orvalhadas, noites estreladas, tudo num só verão<br>
<br>
<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">E de repente, por tudo aquilo que eu imaginei<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">recompensei minhas idéias com massagens no ego<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">reportei todas as alegrias, me desfiz das agonias em peso<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">E sem lamentar ou indagar as possibilidades, sonhei<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">E fiquei, vivendo apenas o que valia<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">Uns beijos inesquecíveis, uma companhia mais que agradável<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">de abraços solenes de quem se extasia com uma simples declaração de amor<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">e não mais em sofreguidão, se envaidece<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">e sente que todo o novo amor, veio pra quem o merece<br>
<br>
<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:Times New Roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">E de repente, apaixonado e entorpecido de todos os setimentos<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">enfraquecido, no melhor sentido, pela leveza do sentimento<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">presenciei a volta de um valioso amigo<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">que me causou todas as emoções, que só um irmão seria capaz<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">e me calei no momento em que me tornei emoção<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">tão estático fiquei, e perdi meu chão, agora que já dancei o bastante<br>
<br>
<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:Times New Roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">E de repente, alcei voô para longe da consciência<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">Voei pra longe com todo o meu amor<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">que além de ser fraterno e onipresente, encontrou seu lado romântico<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">um espaço bem perto de tudo que é sentimento<br>
<br>
<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:Times New Roman;color:#9999ff;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">E de repente,por tudo o que meu coração sente<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">agradeci por não ser um homem de lata<br></span></div><div align="right"><span style="font-family:times new roman;color:#9999ff;">e sentir com todas as forças o que bate no meu peito.<br>
<br>
<br>
<br></span></div>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-40062023867605774032009-01-18T20:35:00.000-08:002009-01-19T13:10:32.571-08:00patético, apenas<div align="center"><span style="color:#9999ff;">
<br>
</span><span style="color:#339999;"><br>me faltaram os pés<br>
o chão<br>
faltou o ar, respirar<br>
faltou a calma no coração<br>
Não tinha as palavras<br>
Não tinha memória que ocupasse<br>
Não havia insanidade, fogo que ardesse<br>
Não tinha vontade<br>
Não haviam mentiras,ou verdades<br>
Faltou tempo, intento<br>
Faltou a preguiça,<br>
Não tinham ondas suficientes<br>
Não tinham conchas suficientes<br>
Não havia qualquer pessoa<br>
qualquer presença, qualquer coisa<br>
Não haviam explicações<br>
Lamentações ou chavões<br>
Faltaram a poesia e os palavrões<br>
Não se olhava pro céu<br>
Não se via caminho, roteiro<br>
Não se lia os pesamentos<br>
Não se contavam os minutos<br>
Apenas sentia os batimentos...<br>
<br>
Não tinham mais nada<br>
Não precisavam de nada<br>
Apenas suas canções<br>
Apenas nossas confissões<br>
<br>
Estava apenas completo,<br>
finalmente completo:<br>
com todas as ausências, completamente isngnificantes,<br>
e inegavelmente,patético e sorridente<br>
<br>
<br>
</span></div>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-90990079669836579602008-12-28T09:20:00.000-08:002008-12-29T21:09:44.771-08:00Lunar e muito doce<span style="color: rgb(153, 153, 255);"><br><br>Descobriram os interesses<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Por vezes deixaram o olhar fugir<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Atingir a miopia cega, que não acerta<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Infecta a mente<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Que encantada, ficou dormente<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Inconscientemente, em outro mundo...<br></span>
<br>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Sumiram com o resto de tudo<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">A vergonha me deixou mudo, abobado<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Tentado pela visão que vinha do outro lado<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Perdido, desacretidado<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">E depois de questionar e ser questionado<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Encontrou o olhar perdido<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Partido de quem deveria estar ali<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Os sons, os risos e tudo mais<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Demais para o momento<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Sumiram e me cativou apenas um sorriso<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">que sem tento, sempre esteve ali<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">O tempo todo, ali<br></span>
<br>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Vinhos, cervejas e licores<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Sabores misturados em todas as cores<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Sentidos e frescores<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Humores alterados, revirados<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Tudo, num simples instante de encontro<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Um confronto de idéias, perturbadas<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Sofridas, pela vontade de permanência<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">E na eminência de uma despedida<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Conseguiu me fazer feliz<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Colocou um presente pra recordar<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">que guardei na gaveta<br></span>
<br>
<br>
<br>
...
<br>
<br><br>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Compartilham<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">As mãos que ardem,<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">correm, escorrem<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Viajam pela mente e pelo corpo<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">todo torto<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Trincam-se os dentes<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Morde-se a boca<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Sente o calor, a ansiedade<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">A mortabilidade<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">do lado de fora<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Esbafora, esbraveja<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Contempla a beleza inevitável<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Lamenta o que pericível<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Como o próprio momento inegável<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">De alcance máximo do que é sensível<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Tateia a pele<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">incendiada, contraída<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Confessa com as palavras mau acabadas<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Mas que precisam ser ditas<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Sente um sopro, um suspiro<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Agudo e retraído<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Respira devagar<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">profundo<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">esperando o mundo acabar<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Treme e revira as pernas<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Músculos e braços<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Voluntariamente entrelaçados<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Força as mãos<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">E deixa os olhos responsáveis<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">pela parte ressentida<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">que não precisa ser vista<br></span>
<br>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Depois que o vento levou a areia<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Olhou para as estrelas<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Fez pedido pra uma cadente<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Arriscou em dizer que está contente<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Por viver a lua e o desconcerto<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">com quem o mesmo sente<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">ao ver o céu coberto<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">limpo e aberto<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">para outras confissões<br></span>
<br><br>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">E ignorando os sentidos<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">O mar, a líbido,a consciência e outras emoções<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">Dorme quieto e sonha:<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">um sonho baixinho<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">pois o maior deles já esteve do seu lado<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">e teve a certeza de que sonhou mais alto aquela noite<br></span>
<span style="color: rgb(153, 153, 255);">quando estava acordado<br>
<br><br><br><br></span>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-59168232692604709432008-12-20T20:35:00.000-08:002008-12-24T10:08:53.763-08:00Aperto<span style="color:#9999ff;"><br><br>
E quando eu me sentei para balançar minhas pernas e as idéias sofridas<br></span>
<span style="color:#9999ff;">Bateram na minha soleira de veraneio.<br></span>
<span style="color:#9999ff;"></span><br>
<span style="color:#9999ff;">Entraram os ventos vindos do sul, quentes e ligeiros</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Vagaram pela casa, pelas cortinas, sorrateiros</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Esquentaram a prataria, os vidros e as chaleiras</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Vieram os faunos e as borboletas</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Esquilos que pulavam nos livros em cima da mesa</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Folhas do jardim que já estavam secas</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Encheram minha casa de vida</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Passaram pela cristaleira os raios do verão</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Encontraram os corações e o velho castiçal</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Todos de cristal</span><br>
<span style="color:#9999ff;"></span><br>
<span style="color:#9999ff;">Com o vento veio o desconcerto</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Mãos que o corpo tateiam</span><br>
<span style="color:#9999ff;">As mesmas que desejam e anseiam</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Roçaram e se entregaram a paixão</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Que passou por ambos pares de mãos</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Até se consumir na tapeçaria</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Onde encontrou o chão, duro e frio</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Corpo já suado,</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Confessando e trabalhando seus pecados</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Consumidos também no assoalho</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Que cobre toda minnha casa de madeira</span><br>
<span style="color:#9999ff;"></span><br>
<span style="color:#9999ff;">A porta que ficou aberta deixou entrar a emoção</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Desfaleceu a alma, contraiu minha visão</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Revirou a cabeça e junto com a mobília</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Que não encontrou mais lugar nenhum dentro da sala</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Na mente viajaram as boas lembranças</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Agora lotadas pelas passagens do outuno</span><br>
<span style="color:#9999ff;"></span><br>
<span style="color:#9999ff;">Deixei entrar as traças e a poeira</span><br>
<span style="color:#9999ff;">De âmago ferido e dormente</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Sol demais, mormaço e cegueira</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Calor insuportável, lábio seco e carente</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Claro demais e espalhado por todo canto</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Um tanto de água da torneira aberta</span><br>
<span style="color:#9999ff;">que agora divide espaço com o tudo que veio de fora</span><br>
<span style="color:#9999ff;"></span><br>
<span style="color:#9999ff;">Depois da invasão, percebi o amor próprio deitado</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Ao meu lado, cruzando minhas pernas e amarrando meu coração</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Veio a inveja, a amargura e a tristeza</span><br>
<span style="color:#9999ff;">De mãos dadas e amarradas</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Sentaram a decepção e a incerteza</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Deu pra ouvir a risada da alegria de contemplação</span><br>
<span style="color:#9999ff;">E tomei cuidado pra não ser tragado pela minha vertigem</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Que teima e insiste em destruir minha poesia</span><br>
<span style="color:#9999ff;">quando a casa está abarrotada de simbolismo</span><br>
<span style="color:#9999ff;"></span><br>
<span style="color:#9999ff;">Eu tentei fechar a porta da soleira</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Mas meu corpo franzino não me ofereceu força</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Dormi de porta aberta e coração na mão</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Corpo ainda suado,excitado</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Exercitado em trocas de carinho mútuo</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Com um estranho adorável que também encontrou o meu sobrado</span><br>
<span style="color:#9999ff;"></span><br>
<br><br>
<span style="color:#9999ff;">Dormi com a cabeça e as paredes reclamando</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Minha casa lotada sem nem espedir convite</span><br>
<span style="color:#9999ff;">E as únicas que ficaram do lado de fora foram as minhas palavras</span><br>
<span style="color:#9999ff;">junto com a minha poesia</span><br>
<span style="color:#9999ff;">Que se alimentou de tudo que podia morar dentro da minha alma quando acordou no outro dia.</span><br><br>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-48083279276092566762008-12-09T17:09:00.000-08:002008-12-10T20:52:27.911-08:00no pensamento, no peito.uma cadeira em meio toda aquela areia.<br>
<br>
Se via apenas uma mulher extremamente pálida,magra e morena, com olhos caídos e borrados. Seu cabelo crespo e volumoso era o único elemento de seu corpo que se movia, ainda assim, involuntariamente.<br>Um rosto sofrido, amargurado, cheio de marcas atravessadas.<br> Estava de frente a uma cadeira de madeira, como se fosse sentar a qualquer momento. <br>Inerte, frígida, sólida.<br> A cadeira e a mulher pareciam uma pedra de mármore em meio todo aquele deserto, que dançava e cortava as dunas que se moviam com o vento.<br>
<br>
A mulher vestia branco;um vestido bordado em cetim, cravado com pérolas e rendas nas bordas.<br> Vestia luvas de renda branca, largas demais para seus dedos finos e enrrugados.<br> Na verdade, todo o vestido parecia largo demais para a mulher que tremia e sofejava, uma canção triste que só a cadeira, o vento e a areia poderiam escutar.<br>
<br>
A mulher cantava no seu lugar, vendo o mar seco tomar conta dos seus pés até chegar aos tornozelos. <br>Seu vestido dançava com o resto do cénario, repousava na cadeira em tempos, e depois voltava a dançar...<br>
<br>
A voz que ecoava baixinho no deserto não era tão alta assim, na verdade, se não fossem os ventos, talvez ela nem existisse.<br> A mulher escutava milhares de vozes; vozes pequenas, vozes de alarde, vozes de anúncio, vozes que não calavam, outras que gritavam, outras mais que cantavam mais alto que o vento. <br>Sua agonia transpareceu no rosto depois que caíram as lágrimas,molhou a seda e deixou o corpo da mulher mais fraco, a ponto de sentar...<br>
<br>
Não o fez.<br> Depois de sentir a areia cobrir seus joelhos, a pequena senhora dobrou as mãos e pegou uma fita pressa a cintura, desamarrou e passou em volta dos cabelos, como tinha feito uma cohecida sua, que fora tragada pelo mar em tempos como aquele...<br>
<br>
Prendeu a fita nos cabelos pretos,completamente sujos de infitos grãos, se tomou nos braços e sentiu o próprio abraço mais uma vez.<br> Pousou o pensamento no coração, nas cantigas de roda que a faziam girar quando estava triste, no momento que colocara o vestido branco pra valsar, na canção de ninar sem letra que ainda solvejava, mesmo escorrendo em lágrimas.<br> Padeceu no cansaço e na agonia, e com a areia já pelas coxas, voltou as mãos pelo corpo até se sentir plena, consciente daquilo que estava pra fazer...<br>
<br>
Veio a redenção:<br>
a moça de pele alva pouco se importou em sujar o vestido, já completamente imerso no deserto sem fim.<br> Rasgou-lhe o próprio peito, deixou entrar o vento, a canção e a areia. Saiu muito sangue, até mais do que a pobre moça esperava.<br> Saíram gritos desesperados, sofridos e extremamente doloridos, a cadeira tremeu em sua base.<br> Virou a face pra não deixar a areia lhe cortar com a ventania, depois, chorou até a sua alma pedir pra parar.<br>
<br>
De peito aberto, sangrando, ela levou as mãos as coração, e velando a sua canção de ninar, tirou todas mas mazelas, as lembranças profundas, os amores dolidos, as chagas e as lamentações.<br> Guardou nas mãos tudo o que poderia ser retirado, jogou no deserto e enterrou até o limte que alcançavam seus braços. Puxou de volta os membros enterrados, seus pés estavam dormentes.<br> A mulher de fita na cabeça finalmente sentou na sua cadeira, costurou o peito com as sobras de um bordado branco, ficou lá até que a areia a cobrisse por completo, junto com sua cadeira.<br> A madeira já rangia com o uivo do deserto.<br>
<br>
A moça que de tanto chorar perdeu o amor no peito, pensou que iria desenterrar tudo aquilo antes de morrer coberta, mas apenas antes de morrer, para não se dar o desprazer de reviver seus pesadelos.<br>
<br>
Ainda sentada, ela continuava a cantar<br>
A cadeira, o vento e a areia foram os últimos que a escutaram sua canção<br>
<br>
<br>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-72813367428453435622008-11-21T09:00:00.000-08:002008-11-21T09:28:06.884-08:00como uma estrela cadente<br>
<br>
<br>como se perdem as palavras?<br>
por não escolher as certas e limpar a garganta<br>
despejar a culpa na desculpa, e não encontrar mais uma referência...<br>
<br>
se perdeu o olhar numa órbita diferente<br>
cheia de rancor, cheia de certezas<br>
e ficou muito lógico, a razão da dor<br>
ficou muito úmido,tudo muito úmido...<br>
<br>
fecharam-se portas e janelas<br>
o céu padeceu de tristeza<br>
e vieram as outras nuvens, tão cinzas quanto as primeiras<br>
e cobriram tudo que valia a pena<br>
<br>
veio a chuva pra molhar minhas bochechas, minha boca<br>
até eu ressecar e definhar no pesado sofrimento<br>
ficar com frio, pálido e humilhado<br>
<br>
toda a chuva veio no peso do ar, embalada no amor<br>
ainda presente, latente, e extremamente doente<br>
que arrancou minhas vísceras, anputou minha coragem<br>
trouxe agora uma raiva pertinente<br>
por não me sentir pleno, em tempos áureos<br>
<br>
assim fiquei sem minhas palavras,<br>
todas inúteis, todas retardatárias<br>
que se prestaram apenas pra tornar memorável o que me machuca<br>
que me enlouquece e me transtorna<br>
fiquei sem minhas pernas, no chão, sem querer levantar<br>
<br>
me deixou cinza, rouco e vazio<br>
oco<br>
de casca frágil, que vai arrebentar,<br>
quando vier a visão do que já não me pertence<br>
ou quando for ver as ondas do mar...<br>
<br>
estou completamente triste,<br>
pequeno e sem forças pra cantar<br>
sem gana pra dançar<br>
sem minhas asas pra voar<br>
<br>
fica sempre o meu amor<br>
o maior amor de todos, que não se finda<br>
nem na passagem de uma estrela cadente<br>
<br>
tive a certeza de eternidade, na queda de uma estrela como essa...<br>
e as palavras foram embora, todas elas perdidas<br>
tristes e cinzas<br>
<br>
<br>.<br>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-33355221304111378362008-11-17T13:52:00.000-08:002008-11-17T14:12:41.695-08:00deixa de ser novo, passa a ser essencial<div align="justify"><span style="font-family:georgia;color:#996633;"><em><br><br>e então vieram as respostas:<br>
como um clarão de paz que rodopiou até chegar no meu quarto, e usar um chapéu colorido;<br>
veio como se eu o chamasse, trouxe as chaves e os sorrisos<br>
todos os sorrisos, que eu sempre quis receber<br>
todos os risos, que tenham sido guardados<br>
<br>
De uma vez, na frente de todos, trouxe também o conforto<br>
ele todo muito coerente,<br>
articulado, verdadeiro e sentimental<br>
todo completo, mostrando o tudo como tem que ser...<br>
<br>
Me falou das canções que ainda vamos escutar<br>
das mentiras que ouvimos falar<br>
e de todos os abraços que ainda vamos compartilhar<br>
<br>
uma irmandade fraterna, que já clamou por cuidado<br>
por assegurar ser eterna<br>
imperecível e de identidade própria<br>
<br>
é de verdade. e está acontecendo<br>
como nunca sonharia alcançar<br>
alguém que me desse a mão e me mostrasse o coração<br>
cheio de sorrisos, sorvetes<br>
e de todas as conversas que ultrapassam a meia noite<br>
<br>
aquele que viu clariar o dia<br>
cativou minha alegria<br>
e me fez sortudo, por poder chamar de amigo<br>
<br>
<br><br>
<br></em></span></div>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-79761727217702227622008-11-15T14:36:00.000-08:002008-11-15T15:26:38.049-08:00a semente do pôr-do-sol<div align="right">eu vim depressa, com pressa de viver<br>
e na correria desenfreiada<br>
deixei cair minhas roupas, meus sonhos<br>
uma semente:<br>
<br>
atravessando o céu, os sentidos e as pessoas<br>
deixando o tempo noturno pra depois<br>
cruzando as ruas, as palafitas e o concreto<br>
passando pelos dias, pelas tardes de calor<br>
pelas noites de amor e pelas canções de dor<br>
ignorando os olhos, levantando os pesos<br>
os segredos, as contradições<br>
sentindo as variações de temperatura<br>
a amargura e o descontento...<br>
<br>
<br>
floresceu!<br>
o fruto que caiu do pomar, veio parar nos meus pés<br>
sujo, maduro e extremamente doce;<br>
<br>
no meio da folhagem seca,sai do balanço de madeira e me abaixei<br>
me rendi aquela visão prometida de felicidade<br>
catei o fruto cor de carmim do chão e mordi satisfeito...<br>
<br>
me faltava apenas aquele paladar, o que eu tinha plantado quando criança<br>
e foi a melhor sensação do mundo;<br>
depois de tanta estrada coberta de areia<br>
e de tantas folhas cobrindo meu quintal<br>
saber que me faltava apenas provar do açucar vermelho e pulsante...<br>
de toda forma, me conforta a visão:<br>
eu já tinha a estrela mais brilhante dentro dos meus braços<br>
o maior coração do mundo nas mãos<br>
o sorriso mais inesquecível no peito<br>
uma concha do mar como tatuagem no pulso<br>
e uma coletânia de canções de amor,todas, cantadas por sereias<br>
<br>
<br>
demorei pra perceber, que quando voltei ao meu balanço de madeira<br>
tudo isso atravessou o céu, os sentidos e as pessoas<br>
e ficou para sempre<br>
<br>
<br> </div>
<img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5269028835574284978" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand; HEIGHT: 132px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ-LjTF6cTm0srIlQm2AfNwGkg9kGCiSkjSFD0IlSiqiH1TXm0wEaOU65XwjmUHvKPzDN_5clNvhQk0-IMwq60B296MvEU22ci6ZIDpztgUY6cNU05Slm9idFRy7VRmOsy1TSAig/s200/sem+t%C3%ADtulo.bmp" border="0" /><br>
<br>
<br>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-70472713110930208942008-10-16T18:33:00.000-07:002008-10-16T19:26:49.151-07:00luzes e cores<span style="color: rgb(102, 102, 204);">em tempos de libertinagem, exaustão e falta de concentração</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">
</span>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">me pararam e chamaram atenção:
</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">fui caminhando em direção a uma música inquietante
</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">vibrante, que ecoava por todos os lados
</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">em todas as cores; estonteantes.
</span><br>
<br>
<br>
<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioo1LFp-lRXhTV2VcueyQtzdvwvi9qE1v4eZzp5snnRWE8oaROotCSMGR2Uhsnrzo3w_HFSNqhs5qzV1jGMQIgw8P2pRbc_YpaHAgNHTPe4NO8mrUXTLzmmefp7F9gwf4W6p-A6w/s1600-h/KylieBootsREX_468x724.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 102px; height: 156px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioo1LFp-lRXhTV2VcueyQtzdvwvi9qE1v4eZzp5snnRWE8oaROotCSMGR2Uhsnrzo3w_HFSNqhs5qzV1jGMQIgw8P2pRbc_YpaHAgNHTPe4NO8mrUXTLzmmefp7F9gwf4W6p-A6w/s200/KylieBootsREX_468x724.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5257942310503423506" border="0" /></a>
<br>
<div style="text-align: center;"><span style="color: rgb(102, 102, 204);">dancei,transpirei e senti a melodia
</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">como nunca tinha sentido,como nunca havia escutado.
</span><br>
<br>
<br>
<div style="text-align: left;"><span style="color: rgb(102, 102, 204);">Senti as cores que encontraram meus olhos, e no passo seguinte,
</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">elas dançavam comigo, lindas e brilhantes.
</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">No compasso de palmas, em passinhos curtos, nas pernas longas, achando as notas que pulavam em sincronia, eu rodopiei.
</span><br>
<br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">na contagem, eu olhei pra cima e vi o globo de espelhos cintilando
</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">centelhando tudo ao redor com estrelas ilusórias, iluminando os corpos amigos
</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">as minhas vitrines e a minha dança
</span><br>
<br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">Dançavam comigo os que eu amo, todos de botas vermelhas e calças justas
</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">escutando um Jive misturado no Jazz, uma música dos O'Jays que nunca acaba
</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">nos acabou, não deixou a energia que circulava se espalhar
</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">Não erramos o passo, ficou tudo muito bonito
</span><br>
<br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">Saltamos e corremos, damos as mãos e soltamos
</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">giramos outra vez e paramos, coreografamos as mãos e batemos palma outra vez
</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">e continuamos, escutando a melhor música</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">na melhor época de nossas vidas</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">sentindo nossos corpos</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">numa febre cromática</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">de ritmo, alegria, suor<br>
no que acredtimos:</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">
acima de tudo</span><br>
<span style="color: rgb(102, 102, 204);">na música e na dança</span><br>
<br>
</div></div>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-10667375803984955362008-10-11T09:47:00.000-07:002008-10-11T10:33:51.299-07:00botas de couro: a melhor coisa do mundo.<div style="text-align: center;"><br>tem gente que desconversa sobre sentimento
mente, se atravessa<br>
desconhece tudo que vem do coração<br>
e se esconde, desfalece, não conjuga os verbos afetivos...<br>
<br>
esse não é o nosso caso.<br>
<br>
no acaso de meses intermináveis, memoráveis<br>
nos alimentamos de abraços, de gestos largos<br>
de palavras curtas e pesadas<br>
de lágrimas e palpitações que vinham de dentro<br>
<br>
remediamos nossas almas, recortamos os pedaços vazios<br>
jogamos fora<br>
demos espaço as brincadeiras, e a todo o resto que a alegria conhece<br>
sorriso, risos, gargalhadas e abraços<br>
<br>
respiramos a dança e a música, de forma unitária<br>
<br>
eu e minha amiga sonhamos<br>
e visionamos nosso futuro próspero<br>
(sim, ele será próspero)<br>
nós demos uma chance pra o que nos fortalece<br>
e entregamos nossas fichas ao amor<br>
o mais bendito amor, que não dita nem modula<br>
apenas nos deixa sentir<br>
eu e minha amiga cantamos abraçados<br>
nós dançamos juntos,<br>
agora sempre juntos continuaremos<br>
ascendendo velas<br>
<br>
o melhor a coisa do mundo<br>
e que eu jamais ousaria sentir<br>
é a leveza que um par de botas de couro;<br>
um cabelo bem armado<br>
um sorriso emoldurado de vermelho e o abraço mais sincero<br>
poderiam me proporcionar<br>
<br>
grato apenas pelo amor que me é dado de volta<br>
o resto a gente ainda vai viver<br>
e marcaremos nossas datas com corações alados<br>
e nos daremos milhões de beijinhos pra lembrarmos que o amor fraternal<br>
pode ser eterno<br>
<br>
nós dois, cheios de simbolismos<br>
pra representar nada além de sentimento<br>
e a nossa amizade<br>
que é a melhor coisa do mundo.<br><br> <br> <a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTcP42V5jSmY39OAZowWAvMLmnHGUOsicljDIVOPTQHJOQwl4xUjVUx-Sna32ihM789UFm7Ur1AmYt8VwP-Lui69Pa02hxsC1GMduJOkDo-7gdkv2ddv0OkD2m2gH6O44W6WxPRw/s1600-h/2920900792_1dbd8d2796.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 162px; height: 120px;"src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTcP42V5jSmY39OAZowWAvMLmnHGUOsicljDIVOPTQHJOQwl4xUjVUx-Sna32ihM789UFm7Ur1AmYt8VwP-Lui69Pa02hxsC1GMduJOkDo-7gdkv2ddv0OkD2m2gH6O44W6WxPRw/s200/2920900792_1dbd8d2796.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5255947833730800738" border="0" /></a></div>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-11330537177560264082008-10-07T08:23:00.000-07:002008-10-07T09:03:31.973-07:00coisas mortasAconselho um dia, a quem quiser ser bem aventurado e enterrar uma porção de pecados de uma vez por todas, a ajeitar o seu quarto.<br>
Desde ontem fui arrumando e abrindo gavetas, portas, diários, pastas e outros compartimentos. É incrível como o valor das coisas que encontramos, e que um dia julgamos ser eternas e dignas de significado, podem se tornar inevitavelmente...perecíveis.<br>
Não lhes digo isso em tom de amargura, até mesmo porque sou o maior saudosista que vocês um dia irão conhecer. Lhes dou esse conselho desumano pelo simples fato de que não estou curado das minhas neuroses humanas, e precisava encontrar um ritual que me impedisse de acordar meus anseios animalescos.<br>
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Documentos, livros e recados, fotos e retratos, ficheiros, laços, caixas decoradas, jornais recortados, brinquedos quebrados,cartas, declarações, artigos, vidros de perfumes importados, de canetas a lápis de cor, tudo, passível de recordação.<br> Recordações essas cheias de um peso emocional (as vezes gratuito) e que talvez nem encontrem espaço na memória... Mas se foram guardados, tiveram sim, significância aparente alguns anos atrás...<br>
<br>
Acredito que se for feito de forma lenta, como eu o fiz, você vai demorar umas boas horas para fugir do desespero que é ter de lembrar toda a sua infância conturbada,e se essa tiver sido bem aproveitada, gaste tempo então para sorrir com as boas imagens que uma simples almofada de elefantes pode lhe proporcionar...<br>
<br>
Depois de separar o que eu julguei ter guardado precocimente junto com os sentimentos rasos, me dediquei a tudo que me deram de bom grado, e aos presentes bem pequenos, que estavam todos numa gaveta maior...<br>
<br>
Meu erro foi a falta de cuidado. Quando chegar ao ponto dos presentes, não tente fugir, tirpudiar ou desmerecer o que a falta de idade um dia escreveu de forma tão espôntanea; releia todas as cartas (especialmente as de amor, mesmo que as cause uma dor fininha no peito)e tente olhar quem está nas fotos antigas, e se possível, ligue pras pessoas que apareceram nelas (não se engane, a saudade dessas pessoas amigas vai ser a maior que você vai sentir durante todo o procedimento)...<br>
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Eu me dei o direito de preparar um leite para me acalmar, e me acompanhar numa tarefa não muito mais importante da limpeza: jogar as roupas velhas fora. Não só as roupas velhas, mas tudo que restou de uma vida guardada, lacrada nas gavetas, escritas nos diários e pintadas nas paredes. Jogue fora não o que lhe traz tristeza, mas tudo o que não lhe traz nada...<br>
<br>
Eu não choraria se fosse você quando terminar de limpar o seu quarto, acredite, meus olhos ainda estão roxos e cheios olheiras. Chore só o necessário, o que a saudade lhe trouxe de volta,<br>
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<br>
Jogue fora apenas as coisas mortas, porque existem muitas outras, dentro da gente e do nosso quarto, que viverão para sempre.<br>
<br>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-45289982367224929032008-10-07T08:03:00.000-07:002008-10-07T09:07:58.971-07:00um sopro<div style="text-align: right;"><blockquote><br>
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tem dias em que a nossa cabeça só escuta uma música<br>
que a tristeza do rio se levanta das águas<br>
vem depressa com o vento<br>
atravessa a cidade, corre pelas ruas<br>
se aloja nos frágeis corações urbanos<br>
e vem bater na minha janela, até entrar de vez...<br>
<br>
eu desconfio, com muita certeza<br>
que são nessas dias que os desesperados acordam mais cedo<br>
ou talvez nem durmam<br>
<br>
são nessas manhãs que a doença se instala<br>
penetra pela a pele e sufoca<br>
demora a sarar, e de noite dá risadas<br>
ao lado dos padecidos de solidão<br>
<br>
são nesses dias<br>
que meu corpo infermo descansa<br>
minha janela assobia como fantasma<br>
minha cama descobre meus ferimentos<br>
meus olhos se igualam aos rios;<br>
longos, perenes e cheios de tristeza<br>
<br></blockquote></div>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36518831.post-42467552502763317302008-09-27T16:09:00.000-07:002008-09-27T16:36:09.726-07:00descompassado<span style="font-style: italic;font-family:times new roman;font-size:100%;" >t<span style="font-size:130%;">udo passa;<br>
se remédio a gente toma, se licor a gente bebe,<br>
se vergonha a gente ganha<br>
se a manha a gente deixa.<br>
<br>
no compasso de cada passo<br>
no gesto de cada abraço (forçado)<br>
no rosto tão vermelho, suado<br>
em tudo que me remete ao sentimento<br>
eu entendo como o motivo do pensamento:<br>
<br>
se tudo passa e passará<br>
no estalo de um choro bem chorado<br>
num susto de soluços agoniados<br>
no surto atrasado de consciência<br>
<br>
explique então a minha sanidade doentia<br>
padecida de rebeldia, loucura<br>
a minha ciência positivista<br>
que me joga de volta pro chão<br>
relativisa e divide a minha solidão<br>
com a ventania, os dias de sol e a melodia<br>
<br>
<br>
<br>
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</span>Pedro G. dos Arduennashttp://www.blogger.com/profile/09470375369676530830noreply@blogger.com1