Wednesday, June 18, 2008

Chavão

Se numa manhã eu abandonar
Todas as palavras de forma consciente
Soldar paradoxos perpétuos e morar
Independente do que se sente
De frente pro mar
...

Se um dia inerte e complacente
Eu molhar os visgos e sementes
Afim de não vislumbrar
O abandono inerente
De todas as formas ausentes
Que na infância foram presentes
Que um dia hão de voltar, queimar
Marcar o coração doente
...

Se numa tarde eu adormecer
Ficar apenas ao relento
Sem gestos em resposta de carência
Ver o nada transcender
Perceber todo o meu corpo em sã consciência
E suprir em doses homeopáticas
O lamento
A falta de tento
Por se estar sedento
Dentre tantas coisas
A fina e pesada dor do isolamento
...

Se tudo decorrer
Busco a lua pra lembrar
Do amanhã que faz parecer
Tudo mais fácil de amar
O respeito pelo tempo
Lento para os desatinados
Alagados no sofrimento
Para mim onisciente
De todas as dimensões existentes
De todos os corações
Das almas com remendos
Do passado de orações
Do interminável presente
Do futuro de realizações
...

Referentes
Aos meus chavões
As minhas palavras repetentes.

0 comentários: