Coberto com o agasalho vermelho, deitou a cabeça no próprio ombro inutilmente em busca de conforto, até sentir a névoa fria da manhã cobrir o azulejo cor de barro da sacada.
O pensamento torto sobre todas as coisas e todas as pessoas varriam sua cabeça assim como fazia o vento gelado com seus cabelos secos...
Podia ouvir todos os gritos e lamentos da sala ao lado, lotada.
A música que saía pela porta de vidro vinha para acalmar os ouvidos
tão judiados, tão doloridos.
A chuva deixava escoar todas as mazelas sentidas, conforme suas gotas caíam categoricamnte pela vala do telhado.
Seria uma paisagem mais bela se não fossem o cinza do céu e o nevoeiro, se não fossem o choro cobrindo os olhos, a secura casticando a boca, e a dor enchendo a sua cabeça.
Entorpecidos estavam seu raciocínio e sua lógica; demorava a completar suas idéias, a contemplar a paisagem de morros e casinhas pequenas ali a frente.
Depois de se sentir completamente inapto para elaborar qualquer conclusão ou sentir qualquer nova dor,deitou sobre os braços e esperou chegar o sono.
O frio não permitiu.
Ficou a esmo no sereno até o outro dia, quando finalmente foram lhe procurar na varanda, mas não para lhe doar palavras de conforto ou abraços bem-vindos...
Vieram apenas lhe oferecer uma xícara de café, estava realmente muito frio.
3 comentários:
o café me acorda, todos os dias. sufoca o sono da tarde, até nos dias increditavelmente quentes. sempre.
por acaso, acabei 'caindo' aqui! rs.
belo post; belo blog! :)
tô viciada em contos. tanto em escrever, como em ler. venho sempre aqui, em busca dos mais belos.
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